Título: Indicado de Bush mais perto da direção da CIA
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Fonte: O Estado de São Paulo, 24/05/2006, Internacional, p. A15

A Comissão de Inteligência do Senado dos EUA aprovou ontem, por 12 votos a 3, a nomeação do brigadeiro Michael Hayden, de 61 anos, como novo diretor da Agência Central de Inteligência (CIA). A decisão deve ser definitivamente confirmada pelo plenário da Casa ainda nesta semana, segundo estimativa do presidente da comissão, o republicano Pat Roberts.

Os republicanos têm maioria no Senado, o que assegura a confirmação do brigadeiro na votação do plenário. Hayden foi nomeado para o lugar de Porter Goss, que se demitiu em meio a um profundo remanejamento de altos funcionários do Executivo. A designação de Hayden pelo presidente George W. Bush causou polêmica por tratar-se de um militar da ativa e por causa do envolvimento dele com o programa de monitoramento de telefonemas de cidadãos americanos por parte do governo. Hayden era o chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA, pelas iniciais em inglês), que levou adiante o programa de espionagem.

Os senadores democratas Russ Feingold, Ron Wyden e Evan Bayh votaram contra a nomeação. "Depois de obter, na semana passada, mais informações sobre o programa de espionagem telefônica, fiquei mais convencido do que nunca de que ele é totalmente ilegal", disse Feingold. "Nosso país precisa de um diretor da CIA que se dedique a combater vigorosamente o terrorismo sem violar a lei nem afetar o direito dos cidadãos americanos."

Depois de comandar a NSA, Hayden passou a ser o braço direito de John Negroponte, o diretor de Inteligência Nacional - organismo criado após os ataques de 11 de setembro de 2001 para coordenar as tarefas de todas as agências de segurança e inteligência dos EUA. Hayden se especializou em espionagem eletrônica no período da guerra fria. Na audiência anterior, na semana passada, Hayden prometeu promover reformas na CIA, alvo de críticas pelas falhas que permitiram os atentados do 11 de Setembro.

CHINA

Em seu relatório anual de balanço de poder no mundo, divulgado ontem, o Pentágono sustenta que o desenvolvimento militar da China converterá o país em longo prazo na maior ameaça potencial aos EUA no planeta.