Título: Projeto é único no País
Autor: Alexandra Penhalver, Renato Cruz
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/05/2006, Economia & Negócios, p. B16

Os wafers de silício serão produzidos em 800 m2 de sala limpa, que exigem assepsia total. Para isso, é preciso evitar a presença de partículas biológicas ou inertes como poeira, por exemplo. "Na classe 100 (é permitido 100 partículas por pé cúbico), onde será produzido o wafer, a assepsia começa na construção civil", afirma o diretor executivo da construtora Racional, Marcos Santoro.

É preciso erguer as paredes da fábrica, estancar a água e implantar um sistema de ventilação pressurizado que expulse as partículas do ambiente. "Na obra da sala limpa, os operários usam macacão, protetores na cabeça, mãos e pés, como se trabalhassem na produção do chip", afirma Santoro.

"Não há nada parecido no País. Usamos tecnologia trazida de outros países, como a Alemanha." Normalmente a construção civil aplica nas obras a classe 10 mil (10 mil partículas por pé cúbico). A fábrica da Ceitec terá 1,1 mil m2 destas salas.

A preocupação com o ambiente está presente na obra. Primeiro, com o tratamento da água que será usada na fabricação.

"A água é tratada para ficar ultra-limpa e receber elementos químicos para ser usada na lavagem dos wafers", diz Santoro. "Depois, será tratada para poder ser lançada na rede pública. Os gases resultantes do processo também serão tratados antes de lançados na atmosfera." A.P.