Título: Agentes prisionais entram em greve
Autor: Mariana Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/05/2006, Metrópole, p. C5

Exigindo condições mínimas de trabalho, agentes de segurança do interior, capital e Baixada Santista iniciaram ontem greve por tempo indeterminado. A paralisação, no entanto, atingiu somente os filiados ao Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp). Os agentes afirmam que terem cruzados os braços em mais de 40 unidades. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), no entanto, diz que houve paralisação em oito unidades.

Hoje, servidores filiados ao Sindicato dos Trabalhadores Públicos do Complexo Penitenciário do Centro Oeste Paulista (Sindcop) decidirão em reunião se vão ou não aderir ao movimento. Na quinta-feira, a greve poderá contar ainda com a adesão de outros 7.300 integrantes do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp). Se os afiliados dos dois sindicatos decidirem participar da paralisação, os serviços ficarão prejudicados em todas as 144 penitenciárias do Estado.

Segundo a SAP, na capital, a greve atingiu os Centros de Detenção Provisória de Pinheiros, da Vila Independência e os dois do Belém. No interior, a greve atingiu um CDP (Ribeirão Preto) e três penitenciárias (uma de Martinópolis e duas de Guareí). Segundo a SAP, mesmo nessas unidades, os funcionários não abandonaram seus postos. Apenas as apresentações de presos à Justiça, a entrada de advogados e de comida para os presos foram prejudicadas. A secretaria informou que está negociando com os sindicatos do sistema prisional.

O Sindasp exige a contratação de novos funcionários, a compra de equipamentos como radiocomunicadores e escudos e o reforço da PM nas unidades. "O reajuste salarial está em segundo plano", explicou o secretário-geral, Rosalvo José da Silva. Ontem, o governador Cláudio Lembo enviou à Assembléia Legislativa projeto que prevê o pagamento de adicional de R$ 400,00 para os agentes. O adicional reivindicado é de R$ 580,00.

Além das precárias condições de trabalho, agentes reclamam da destruição das cadeias. Segundo eles, os presos estão soltos nas unidades. O problema estaria ocorrendo em Presidente Prudente, Hortolândia, Pacaembu, Irapuru, Mirandópolis e Marabá Paulista.