Título: Ação no Nordeste faz 6 anos, com 135 mil cisternas
Autor: Roldão Arruda
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/05/2006, Nacional, p. A14,15

A idéia de recolher água da chuva para melhorar as condições de vida da população pobre não é propriamente nova. No Nordeste está em curso, desde 2000, um programa destinado a construir 1 milhão de cisternas em regiões do semi-árido, onde as chuvas são escassas. Até agora, foram construídas 135 mil delas.

A iniciativa tem o apoio de centenas de organização não-governamentais (ONGs) e o patrocínio do governo federal, que incentiva o projeto por meio do Ministério do Desenvolvimento Social.

Em 2003, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) se engajou no programa, destinando recursos para a construção de mais cisternas e fornecendo orientação nas áreas de gestão e controle de recursos.

Hoje, a Febraban já é o segundo maior patrocinador do programa, ficando atrás apenas do próprio governo federal. Do conjunto de cisternas entregues até agora, 20.600 delas foram possíveis graças aos recursos fornecidos pela Febraban.

De acordo com a responsável pela coordenação desse trabalho na Federação Brasileira dos Bancos, Vanda Pita, a iniciativa chamou a atenção não só por propor uma solução técnica adequada para a região. "Fomos atraídos porque há um processo de mobilização social muito interessante, com o envolvimento das famílias em todas as etapas do programa", comenta Vanda.

O sistema é semelhante ao que começou a ser usado no Amazonas. A água é recolhida por meio de um sistema de calhas e enviada para uma cisterna de alvenaria, que fica no chão.

Com capacidade para 18 mil litros, a cisterna pode abastecer uma família com até cinco pessoas durante um período de dez meses. Cada cisterna custa em média R$ 1.060.