Título: PFL vai reforçar Alckmin com vice do Nordeste
Autor: Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/05/2006, Nacional, p. A8

Partido define seu candidato hoje, entre os senadores José Agripino (RN) e José Jorge (PE)

O PFL escolhe hoje, por voto secreto, o vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin à Presidência. Os dois candidatos - José Agripino Maia (RN) e José Jorge (PE) - são nordestinos e senadores com padrinhos poderosos. Nas avaliações de bastidor, o favorito é o pernambucano, que venceu a consulta aberta, feita pelo presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC). A oposição aposta que um vice do Nordeste permitirá aumentar o apoio eleitoral a Alckmin, que tem seu pior desempenho nas pesquisas na região.

Na checagem final da posição dos 94 eleitores ontem, o grupo de José Jorge contava uma vantagem de 19 votos. Não é o que dizem os partidários de Agripino, que é líder da bancada pefelista no Senado e conta com o apoio do grupo do senador Antonio Carlos Magalhães (BA) e a preferência discreta da cúpula do PSDB e do próprio Alckmin. "O resultado é imprevisível e a diferença de votos para o vencedor, seja quem for, será muito pequena", afirma o deputado ACM Neto (BA).

Os aliados de Agripino reconhecem que o adversário é preferido por Bornhausen, o senador Marco Maciel (PE), os prefeitos do Rio, César Maia, e de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador Cláudio Lembo, que estão todos em campanha. Ainda assim, apostam que o voto secreto abrirá espaço para a vitória do líder da bancada, porque deixaria os eleitores à vontade para se manifestarem, independentemente da pressão dos caciques do partido.

A urna estará à disposição a partir das 9 horas na presidência do PFL, no edifício principal do Senado. O local foi escolhido para facilitar a vida da maioria dos integrantes do colégio eleitoral, já que 81 dos 94 votantes são deputados e senadores. Os demais são governadores, vice-governadores, prefeitos de capital e membros da Executiva Nacional sem mandato eletivo.

O colegiado é o mesmo que participou da consulta aberta há cerca de um mês. A nova votação - uma espécie de segundo turno, como definiu Agripino, foi proposta por ele mesmo, com o compromisso de que o perdedor apoiará o vencedor, "sem choro nem vela". O líder avaliou que a "consulta rápida" seria o "parto mais indolor" para encerrar a disputa interna e manter a unidade partidária.