Título: PFL sugere criar ministério só para segurança pública
Autor: Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/05/2006, Nacional, p. A7

O PFL vai aproveitar a cerimônia de formalização da aliança entre o partido e o PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto para mostrar que não abre mão de participar da elaboração do programa de governo do pré-candidato Geraldo Alckmin. As sugestões do PFL foram reunidas em um documento de 31 páginas intitulado Caminhos para um País que Tem Pressa, que o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), entregará a Alckmin hoje à tarde.

Para facilitar a arrancada do tucano na campanha presidencial, o PFL receita a adoção de uma política nacional de segurança, a partir da criação imediata do Ministério da Segurança Pública. Como o assunto entrou na ordem do dia depois dos ataques do PCC em São Paulo e já foi pivô de desentendimentos públicos entre os aliados, o PFL não quer deixar dúvidas de que a segurança será prioridade em um eventual governo Alckmin.

Embora sugira a criação de uma pasta especial para cuidar da segurança, a proposta do PFL vai na contramão do governo petista. Logo após a posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou de 23 para 35 o número de ministérios. O documento pefelista sugere que o Executivo Federal opere com apenas 15 ministros .

Não é por acaso que o item número um do "conjunto de propostas para unir os partidos de oposição em torno de um projeto real, exeqüível e capaz de iniciar o processo de mudanças" trata de um programa já existente: o Bolsa Família.

Prefeitos e líderes políticos do PFL e PSDB estão preocupados com a campanha de petistas que insistem que só Lula representa a garantia real de continuidade do programa. Pelo documento, é essencial não apenas manter, como ampliar e aprimorar o Bolsa Família. Esta definição já vem sendo alardeada por tucanos e pefelistas Brasil afora e repetida pelo próprio Alckmin, especialmente no Nordeste, onde se concentra o maior número de beneficiários.

A agenda do PFL para 2007-2010 inclui ainda a adoção do "Simples trabalhista", reduzindo o custo das micro e pequenas empresas.

Para sensibilizar o eleitor das classes C, D e E, que segundo as pesquisas prefere Lula, o PFL propõe o programa renda mínima para idosos. A educação passa a ser "a prioridade das prioridades", com atenção especial ao ensino fundamental.

O documento é resultado de dois anos de estudos coordenados pelo ex-deputado e ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause, com a participação de economistas.