Título: Do swap reverso para o swap cambial
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/05/2006, Economia & Negócios, p. B1

O Banco Central voltou a usar ontem um instrumento de intervenção no mercado cambial em desuso desde agosto de 2004: o contrato de swap cambial. Negociado nos mercados futuros, o contrato de swap garante ao comprador o recebimento da variação do câmbio na data final de vencimento. O vendedor, no caso o BC, fica, em troca, com a variação dos juros observada no mesmo período de tempo.

A volta do swap cambial teve o objetivo de conter a desvalorização do real nos últimos dias. "No regime de câmbio flutuante, é normal que o BC atue para evitar que a taxa de câmbio fique muito descolada dos fundamentos econômicos do país", explica o economista-chefe da Mauá Investimentos, Caio Megale.

Com essa operação, o BC garante rede de proteção contra oscilações muito bruscas do dólar. Assim, os riscos de perdas são amenizados. Em resposta, o investidor deixa de buscar proteção com a compra de dólares no mercado. Isto diminui a procura pela moeda e provoca uma acomodação das cotações, o que se viu ontem.

Numa conjuntura diversa da de ontem, o BC foi obrigado a oferecer ao mercado os contratos de swap cambial reverso. Nesse caso, é o BC que recebe a variação do câmbio e o mercado fica com a parcela referente a juros.