Título: Seis são presos com armas. Iam resgatar detentos
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Fonte: O Estado de São Paulo, 23/05/2006, Metrópole, p. C4

Prisão foi em Valparaíso, de onde fugiram oito, através de um túnel; houve fuga também em Pirajuí

A polícia de Araçatuba prendeu ontem seis pessoas e apreendeu seis metralhadoras, dois fuzis, duas pistolas automáticas, uma granada, coletes à prova de bala e munição que seriam usados no resgate de detentos da Penitenciária de Valparaíso. Mas não evitou a fuga de oito presos, por um túnel construído rente à muralha. Outra fuga por túnel aconteceu de madrugada na Penitenciária de Pirajuí: 17 detentos escaparam.

Em Valparaíso, os fugitivos se esconderam num canavial e não tinham sido encontrados até as 18 horas. Ontem as autoridades descobriram que o detento Roberto Félix de Oliveira, de 27 anos, morreu eletrocutado na sexta-feira dentro do túnel - a versão inicial era de que ele sofrera um choque na cozinha.

Em Pirajuí, até as 18 horas a PM tinha recapturado oito fugitivos. A penitenciária tem 850 vagas, mas abrigava antes da fuga 1.200 detentos.

Em Irapuru, o Conselho de Segurança do Município pediu a interdição da penitenciária local. A Secretaria da Administração Penitenciária ainda tentava ontem à tarde convencer autoridades municipais de que era impossível interditar a unidade, porque não há para onde transferir os detentos.

A megarrebelião ocorrida em 73 presídios do Estado está contribuindo para agravar a superlotação das cadeias públicas. Com os prédios destruídos, a saída de condenados para penitenciárias foi praticamente suspensa, mas as cadeias continuam recebendo pessoas presas em flagrante ou com prisão temporária decretada.

Os 220 presos da Cadeia Pública de Botucatu rebelaram-se no domingo contra a chegada de mais detentos. A cadeia foi destruída e os detentos permanecem fora das celas. Há um ano o Estado negocia a construção de um Centro de Detenção Provisória na cidade, mas enfrenta a oposição dos moradores.

Em Tatuí, região de Sorocaba, o governo teve de desativar, no início do mês, a cadeia pública, destruída após uma rebelião em 27 de março. Isso agravou a superlotação de outras cadeias, como a de São Miguel Arcanjo, que tem 12 vagas e 68 presos. Na cadeia de Cesário Lange, parte dos 57 presos dorme sob uma marquise, por falta de espaço nas três celas.