Título: PT faz balanço da gestão Alckmin e contesta eficácia
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/06/2006, Nacional, p. A8

A administração Geraldo Alckmin/Cláudio Lembo não vai cumprir 40% das metas previstas no Plano Plurianual, válido até 2007. A afirmação é da bancada do PT na Assembléia, que ontem apresentou balanço comparativo dos programas descritos no PPA 2004-2007, Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e alguns dados dos gastos executados no mesmo período. A LDO para 2007 deve ser votada até o fim do mês.

A análise petista deverá servir de base à campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no esforço de "desmistificar" a capacidade de gestão do pré-candidato do PSDB, o ex-governador Alckmin. "Esse é o 'choque de gestão' (bordão repetido pelo tucano para atacar o governo federal) do Alckmin, que planeja mal e não consegue cumprir o que promete", afirmou o líder da bancada petista, Ênio Tatto. "Nem a metade dos 47 projetos estratégicos anunciados pelo ex-governador em maio do ano passado está em andamento", acusou o deputado Mário Reali (PT). A análise já abastece também o pré-candidato do PT ao governo, Aloizio Mercadante, que tem citado vários dos dados apresentados.

As distorções começam na previsão orçamentária, sustentam os petistas. Eles alegam que o governo tem subestimado em R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões a arrecadação desde 2002 como mecanismo para driblar as determinações do orçamento. Na LDO 2007, o fenômeno se repete, insiste o PT. Enquanto a LDO federal prevê um crescimento do PIB de 5%, São Paulo aposta em 3,6%, pouco menos do que a previsão do mercado, de 3,7%. O governo paulista deixou de gastar R$ 615 milhões em segurança de 2001 a 2005, diz o balanço do PT. Não investiu na inteligência, valorização e equipamento para as polícias. "A segurança vive de marketing e estatísticas", disse o deputado Renato Simões.

O governo paulista não cumpre a determinação legal de aplicar 30% da receita em educação e 12% em saúde, segundo o PT. Entre 2001 e 2005, teria usado irregularmente R$ 4,1 bilhões dos recursos à educação e R$ 2 bilhões à saúde. Também não aplica na construção de casas o 1% aprovado anualmente à habitação.