Título: Kirchner dispara nas pesquisas para 2007
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/05/2006, Internacional, p. A12

Duas sondagens indicam que presidente argentino seria reeleito no primeiro turno

Se as eleições presidenciais argentinas fossem hoje, Néstor Kirchner seria reeleito presidente no primeiro turno. Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Ipsos Mora y Araujo, 53% dos entrevistados disseram que votariam em Kirchner. Esta e outras pesquisas indicam que Kirchner se beneficia da desarticulação dos líderes da oposição. O cenário é hoje muito diferente de quando ele chegou ao poder, em maio de 2003, com apenas 23% dos votos.

Segundo a pesquisa da Ipsos, Kirchner está muito acima das intenções de voto dos principais oposicionistas - entre os quais, o empresário e presidente do clube de futebol Boca Juniors, Maurício Macri, líder da coalizão de centro-direita, Proposta Republicana (PRO). Macri teria apenas 4%. A líder da centro-esquerda, Elisa Carrió, presidente do Alternativa por uma República Igualitária (ARI), também teria 4%. O ex-presidente Carlos Menem, que como Kirchner pertence ao Partido Justicialista (Peronista), ficaria com apenas 3% dos votos. O ex-presidente Eduardo Duhalde, que comandou o país entre 2002 e 2003, durante a pior crise econômica de sua história, receberia somente 2% dos votos.

Outra pesquisa, da Analogias, indica que Kirchner venceria no primeiro turno com 59,2% dos votos. Carrió teria 8,7%, enquanto Macri obteria 3,5%. O ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, responsável pela recuperação econômica durante os governos Duhalde e Kirchner, conseguiria 5%.

As próximas eleições serão realizadas no ano que vem. O mês ainda é uma incógnita, já que o presidente pode definir e alterar a data por decreto. Em uma das hipóteses, as eleições seriam realizadas em março. Em outra, em outubro. Os analistas crêem que o governo determinará que as eleições sejam em março, aproveitando uma conjuntura econômica favorável.

PRAÇA CHEIA

Na quinta-feira, Kirchner inicia seu quarto e último ano do atual período de governo. No mesmo dia, seus aliados realizarão uma grande manifestação a seu favor na Praça de Mayo, na frente da Casa Rosada. O plano é que mais de 100 mil pessoas - levadas à praça por governadores, prefeitos e sindicalistas aliados do presidente - participem do ato para "agradecer" a Kirchner pela recuperação econômica e "pedir" a ele que se candidate à reeleição. Tudo indica que esse será o momento do lançamento extra-oficial da candidatura de Kirchner.