Título: Objetivos: exportar revolução e abrir mercados
Autor: Roberto Lameirinhas
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/05/2006, Internacional, p. A22

Exportar sua revolução era um dos principais objetivos do hoje grande aliado de Hugo Chávez, Fidel Castro. Na década de 60, impulsionada por sua principal patrocinadora, a União Soviética, Cuba tentou exportar seu modelo e a ideologia marxista para seus vizinhos latino-americanos e a África.

A exportação da revolução de Chávez tem uma natureza diferente da iniciativa castrista, diz a professora de história contemporânea da Universidade de São Paulo Maria Aparecida de Aquino. "A retórica anti-EUA marca o interesse de afirmação da Venezuela na região, mas a diplomacia chavista se move também pela necessidade de abrir mercados para aquilo que tem a oferecer: petróleo", diz Maria Aparecida.

Durante a guerra fria, o mundo era muito mais mapeado, segundo a professora. Com seu fim, muitos países passaram a acreditar que não havia muito o que fazer para se contrapor aos EUA como potência hegemônica. Chávez, ao contrário, se crê capaz de preencher o vácuo deixado pelo comunismo.