Título: Câmara vai investigar vazamento de nomes
Autor: Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/05/2006, Nacional, p. A7

Delegado será o primeiro a depor, hoje, na comissão de sindicância

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), disse que a procuradoria da Casa vai adotar medidas contra o vazamento da lista com nomes de deputados que seriam beneficiados pelo esquema de fraude na compra de ambulâncias para municípios com recursos do Orçamento da União. Hoje, a comissão de sindicância da Câmara vai ouvir o delegado Tardelli Boaventura, responsável pela Operação Sanguessuga, que resultou na prisão de 48 pessoas entre ex-deputados, assessores de parlamentares, empresários e funcionários do governo.

A segunda lista, com o nome de 81 parlamentares e elaborada depois do depoimento de Maria da Penha Lino, ex-servidora do Ministério da Saúde acusado no esquema, está guardada na corregedoria. Nesse caso, a investigação sobre deputados só acontecerá após a Polícia Federal enviar mais dados. "Como a lista não veio acompanhada de qualquer investigação, nem policial nem do Ministério Público, ela vai ficar sob a guarda do corregedor."

Segundo o presidente da Câmara, caberá à procuradoria da Casa analisar que tipo de medida irá tomar para defender os deputados que foram citados sem que contra eles tenha havido indício de envolvimento. "Medidas não são inicialmente contra a, b, ou c, porque não há sequer a identificação de onde os nomes de pessoas que não têm responsabilidade apareceram. É a procuradoria quem formará juízo de valor sobre que procedimento adotar."

Assim, Aldo atendeu a um movimento de parlamentares que reclamaram do desgaste político por ter seus nomes envolvidos na fraude.

O delegado que chefia o caso será o primeiro a depor, hoje, na comissão de sindicância coordenada pelo corregedor da Casa, Ciro Nogueira (PP-PI). O procurador Paulo Gomes Ferreira Filho, que acompanha a operação, foi convidado a falar também hoje, mas não confirmou. A corregedoria tenta marcar para amanhã os depoimentos de Maria da Penha e de empresários presos em Mato Grosso.