Título: O ESTILO SAULO
Autor: Marcelo Godoy e Natália Zonta
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/06/2006, Metrópole, p. C1

Agosto de 2002 - Já como secretário da Segurança, cargo que assumiu em janeiro de 2002, Saulo Abreu foi acusado por um preso, informante do Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância (Gradi), de ter conhecimento prévio da Operação Castelinho. Na operação, em março de 2002, 12 homens suspeitos de fazerem parte do PCC foram mortos pela polícia num bloqueio feito num pedágio perto de Sorocaba. Segundo denúncia da promotoria, eles foram executados. A participação de Saulo no episódio foi investigada, mas o Tribunal de Justiça decidiu arquivar o inquérito.

Maio de 2005 - O secretário chamou seis carros do Grupo de Operações Especiais (GOE) ao ver que o trânsito estava interrompido na Rua Viradouro, no Itaim-Bibi, onde fica o restaurante Kosushi. Saulo iria jantar com a mulher no local. Depois, descobriu-se que a confusão foi provocada por cones colocados pela CET. Carlos Augusto de Carvalho, sócio do Kosushi, e o manobrista Willian Alexandre de Mello chegaram a ser algemados. Saulo foi denunciado por abuso de autoridade pelo Ministério Público. O relator do caso no TJ votou pela abertura de processo contra o secretário. Em outro episódio, Saulo chamou a PM quando o automóvel de uma professora da USP bateu de leve em seu carro. O episódio aconteceu na Praça Pan-Americana, perto de onde Saulo mora.

Abril de 2006 - O dono da casa de prostituição Bahamas, Oscar Maroni Filho, contou com o reforço de policiais da Delegacia Anti-Seqüestro (DAS) e do GOE para a segurança do 4.º Showfight, torneio de luta no estilo vale-tudo, no Ginásio do Ibirapuera. Maroni foi recebido por um assessor de Saulo na sede da secretaria. No encontro, o dono da casa de prostituição obteve apoio para outra iniciativa, a de abrir escolas de luta para garotos pobres e internos da Febem.