Título: Diretório paulista pede pressa no acerto de aliança com PMDB
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/05/2006, Nacional, p. A4

Frateschi diz que negociações em São Paulo não podem avançar enquanto acordo nacional não evoluir

O presidente do PT em São Paulo, Paulo Frateschi, pediu pressa do comando do partido na negociação de uma aliança nacional com o PMDB. Segundo ele, o PT "não ofereceu oficialmente" a vaga de vice na chapa para o governo encabeçada pelo senador Aloizio Mercadante, "mas gostaria de oferecer". Ainda ontem à noite Frateschi, procuraria o ex-governador Orestes Quércia, presidente do PMDB paulista para marcar uma reunião. "Não conseguiremos avançar as negociações em São Paulo se não evoluir o acordo nacional", afirmou o dirigente petista.

Nesta semana, ele já tem marcada uma reunião com dirigentes do PV. Por enquanto, o PT tem segurança apenas do apoio do PC do B. Os petistas acreditam, ainda, na adesão do PL e de um ou outro partido nanico. Outras legendas da base do governo Lula, como o PSB e o PTB, devem ficar de fora da coligação em torno da candidatura de Mercadante.

Quércia tornou-se o objeto de desejo de petistas e tucanos em São Paulo, assim como o apoio do PMDB é disputado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo pré-candidato tucano, Geraldo Alckmin.

Depois de almoçar no Palácio dos Bandeirantes com a o governador Cláudio Lembo e o pré-candidato do PMDB à Presidência, Itamar Franco, Quércia disse ontem que acha improvável a aliança com o PT. "Toda avaliação que a gente tem de fazer hoje é no sentido de ter candidato próprio", disse, ressaltando que acha "difícil" a coligação com o PT. Depois de defender a candidatura própria do PMDB à Presidência, não descartou a análise de "outras alternativas". Quércia se recusou, porém, a emitir opinião sobre a hipótese de um acordo com PSDB e PFL. Ele ainda não anunciou se disputa o governo ou o Senado.

Frateschi nega e Mercadante diz que não aceita, mas petistas cogitaram a oferta da vaga ao Senado, hoje garantida a Eduardo Suplicy, para atrair Quércia. "É perfeitamente possível um diálogo de construção com o PMDB, mas não sei os termos da negociação", afirmou Suplicy. "Não tenho objeção e se desejarem eventualmente colocar a vaga (ao Senado) à coligação, minha sugestão é que façamos uma prévia democrática, aberta inclusive a não-filiados."