Título: Câmbio e construção civil fazem o IGP-DI subir 0,38%
Autor: Alessandra Saraiva
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/06/2006, Economia & Negócios, p. B6

Sem a ajuda do câmbio, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio subiu 0,38%, ante 0,02% em abril. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou ontem que o indicador foi influenciado pela disparada nos preços dos metais, commodities e combustíveis no atacado. Os preços na construção civil também pressionaram o IGP-DI.

Os preços no atacado, de maior peso no IGP-DI, subiram 0,46% em maio, após a deflação de 0,15% em abril.

O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, comentou que, com o fim do dólar baixo - que por meses puxou para baixo os preços de produtos relacionados à moeda norte-americana -, o setor atacadista está mais suscetível às altas dos preços relacionados ao mercado global.

É o caso dos metais, cujos preços estão batendo recorde de elevação no exterior - principalmente do cobre.

No mercado interno, a FGV apurou aumentos nos preços no atacado do cobre eletrolítico (30,95%), bronze (16,98%) e fios e cabos de cobre isolados (30,74%).

No caso das commodities, o destaque foi da soja, que saiu de uma queda de 1,7% em abril para a alta de 2,73% no atacado. "A safra está perto de terminar. Além disso, no caso das commodities, a pequena recuperação no câmbio ajudou", avaliou.

Com o dólar em alta, isso estimulou a exportação do produto - levando ao aumento na demanda, à redução na oferta e, por conseqüência, ao aumento de preço.

Ainda segundo Salomão Quadros, o fim da deflação nos preços dos combustíveis e lubrificantes no atacado (de -0,52% para 0,35%) de abril para maio também pressionou o IGP-DI.

"Alguns combustíveis foram influenciados pelo aumento na cotação do petróleo no mercado internacional", disse, citando óleos combustíveis (4,03%) e querosene para motores (8,16%). Os preços na construção civil subiram 1,32% em maio, ante alta de 0,36% em abril.