Título: Bird anuncia liberação de US$ 7,5 bilhões para a China
Autor: Paulo Vicentini
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/05/2006, Economia & Negócios, p. B5

Objetivo é reduzir a pobreza nas áreas rurais e fortalecer setor financeiro

O Banco Mundial (Bird) anunciou a liberação de US$ 7,5 bilhões para a China, em cinco parcelas anuais de US$ 1,5 bilhão até 2010. Segundo a agência de notícias Xinhua, cerca de 70% do valor será destinado ao financiamento de projetos voltados à redução da pobreza nas províncias interioranas e ao fortalecimento do setor financeiro.

A decisão foi tomada, explicou a missão do Bird na China, para contribuir com a incorporação da economia que mais cresce no planeta ao mercado global, e ajudar o país a enfrentar a deterioração do meio ambiente e a escassez de recursos naturais. "É importante não só para o povo chinês, mas para todos os povos", disse Paul Wolfowitz, presidente do Bird.

A China, avalia a instituição, ainda é um país em desenvolvimento, apesar de ter se convertido na 4ª economia mundial em 2005. "Mais de 135 milhões de habitantes sobrevivem com menos de US$ 1 por dia, a maioria concentrada nas áreas rurais."

O pacote visa ainda fortalecer a estrutura do setor financeiro e melhorar a atuação das instituições econômicas, especialmente as do setor privado. "Vamos encorajá-las a adotar as melhores práticas internacionais", disse Lars Thunell, vice-presidente da Corporação Financeira Internacional, ligada ao Bird, ao informar que o órgão deve aportar no pais cerca de US$ 500 milhões por ano.

MINÉRIO DE FERRO As siderúrgicas chinesas decidiram aceitar o aumento de preço de 19% para os contratos de minério de ferro, informa a edição de hoje do jornal China Morning Post, citando fontes da indústria. A mineradora australiana BHP Billiton não comentou o assunto. A decisão teria sido tomada após encontro, em Pequim, das 16 maiores siderúrgicas chinesas. O jornal não obteve comentários do Baosteel Group, que lidera as negociações em nome das companhias chinesas.

Os analistas chineses já haviam começado a jogar a toalha e a sugerir discretamente que as empresas siderúrgicas nacionais não tinham alternativa. "Alguns ainda sonham em um reajuste inferior a 19%", constatou o China Securities Journal.

Segundo o jornal, a demanda por minério de ferro em abril chegou a 27,3 milhões de toneladas, uma alta de 12% ante igual mês de 2005. A pressão criada pela demanda, o ritmo de crescimento e a conclusão dos acordos com as mais importantes siderúrgicas européias levaram o analista Wang Lixin, da Commodity Research Unit, a concluir que "as siderúrgicas do país mergulharam na passividade". As mineradoras estão satisfeitas com as negociações, pois o preço do minério já acumula alta de 164% desde 2002, disse Lixin.