Título: Para peritos, laudos já poderiam ter saído
Autor: Eduardo Nunomura e Laura Diniz
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2006, Metrópole, p. C1

A demora na divulgação dos laudos cadavéricos dos mortos pela polícia na guerra do PCC causou estranheza a especialistas em perícia. Eles afirmam que o documento que diz quantos tiros a pessoa levou e em quais pontos deveria sair no dia do crime. Os dados são essenciais para se saber se policiais agiram de forma legítima ou não.

O superintendente da Polícia Técnico-Científica, Celso Perioli, tem dito que os laudos não saíram porque faltam exames complementares, como o toxicológico (para saber se a pessoa estava drogada) e o residuográfico (que mostra se havia pólvora nas mãos). Mas as informações básicas já poderiam ter sido divulgadas, disse o perito Mauro Ricart, ex-chefe da Polícia Técnica do Rio."Quando a causa mortis é ignorada, é preciso fazer exames demorados. Mas, se a pessoa leva vários tiros, é óbvio que morreu por projétil de arma de fogo."

O atual diretor da Polícia Técnica do Rio, Roger Ancilotti, lembrou que, em março de 2005, as 29 vítimas da Chacina da Baixada foram identificadas, com laudos à disposição da imprensa, em menos de 24 horas. "O IML paulista está na frente do IML do Rio em recursos e tecnologia."