Título: Preso LH mandou parar os ataques
Autor: Eduardo Nunomura e Laura Diniz
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2006, Metrópole, p. C1

A ordem para suspender os ataques do PCC foi dada pelo preso Luiz Henrique Fernandes, o LH, via celular, de uma sala de reunião no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes. A informação foi levantada no inquérito do Ministério Público Estadual (MPE), em Presidente Prudente, para investigar os termos da conversa, no dia 14, de que participaram Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, a advogada Iracema Vasciaveo e representantes do governo estadual e das polícias. Iracema pôde entrar no CRP, presídio de segurança máxima, com dois telefones celulares.

Na sala de reunião, Marcola foi autorizado a fazer um telefonema. O líder do PCC não quis falar e mandou chamar LH, que fez a ligação e determinou o fim dos atentados.

Já foram ouvidas várias testemunhas, entre elas o coronel da Polícia Militar (PM) Ailton Araújo Brandão, chefe do Comando de Policiamento do Interior da Região de Presidente Prudente, que participou da conversa, e o diretor do CRP. Eles confirmaram que a ordem partiu de LH, mas negaram que tenha havido acordo, ou seja, que o governo tenha dado algo em troca do fim dos atentados.

Na semana passada, a pedido da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), LH, Marcelo Moreira Prado, o Exu, Eduardo Lapa dos Santos, o Lapa, e Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, apontados como lideranças do PCC, tiveram sua internação no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) decretada por 90 dias.

INVESTIGAÇÕES

Além das investigações sobre o suposto acordo, a entrada de 28 aparelhos de televisão na Penitenciária I de Avaré, as supostas entrevistas com lideranças do PCC levadas ao ar por emissoras de TV e eventuais atos de execução, já estão em andamento também inquéritos sobre as mortes de policiais e possíveis criminosos.

Anteontem, o juiz Richard Chequini, do 1º Tribunal do Júri da Capital, determinou, a pedido da polícia, a prisão temporária, por 15 dias, de Eduardo Aparecido Vasconcelos e Giuliana Donayre Custódio. Eles são acusados do assassinato do bombeiro Alberto Costa, de 41 anos, morte em um dos primeiros dias dos ataques.