Título: 'Temos dinheiro para agüentar o tranco'
Autor: Tânia Monteiro e Leonencio Nossa
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2006, Economia & Negócios, p. B3

Pelo segundo dia consecutivo, o presidente Lula tentou tranqüilizar os mercados, que voltaram a sofrer fortes oscilações. Em rápida entrevista coletiva no Palácio do Planalto, no final do dia, o presidente destacou a boa situação das reservas brasileiras e a credibilidade do País nos mercados financeiros internacionais. "Temos muito dinheiro para agüentar os trancos que vierem pela frente", disse Lula.

Ao ser indagado se a economia do País estava blindada a crises no cenário externo, o presidente voltou a dar declarações de otimismo em relação às contas do Brasil, tentando tranqüilizar os investidores internos e externos. "Não é que ela esteja blindada. Ela está com muita estabilidade e com muita segurança", disse, insistindo em que não há motivo para preocupação. "Não tem nenhum problema no mercado. O Brasil é um país que está com a economia sólida", afirmou.

O presidente fez questão de ressaltar que alterações no mercado e mudanças na política monetária dos Estados Unidos não influenciam mais a economia brasileira com a intensidade de anos anteriores.

"Acabou aquele tempo em que um presidente do Banco Central americano espirrava e a economia brasileira ficava debilitada", disse o presidente. "Temos muitas reservas e muita credibilidade", prosseguiu, reiterando que a economia está estabilizada.

Na entrevista, Lula disse ainda que "a economia brasileira vai ficar tranqüila e vai oscilar como oscilam todas as economias do mundo".

Na terça-feira, durante viagem a Aguiarnópolis, em Tocantins, o presidente já havia assegurado que não haverá mudanças nas políticas fiscal e de câmbio. "O câmbio continuará flutuante", disse Lula, ao lembrar que há uma turbulência no mundo inteiro por conta da expectativa das decisões que serão tomadas pelo Banco Central americano, reiterando ainda que a economia brasileira está tranqüila.

A volatilidade da economia foi um dos temas da reunião de coordenação política de terça-feira à noite.

Na conversa entre o presidente e os ministros, a avaliação foi a mesma feita pelo presidente nas entrevistas, de que as coisas estão indo bem e que a economia do País não será afetada.