Título: Ensino esquenta disputa de castas na Índia
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Fonte: O Estado de São Paulo, 27/05/2006, Internacional, p. A38

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, reuniu-se ontem com estudantes e os médicos que estão protestando contra a decisão do governo de ampliar a reserva de cotas nas universidades para estudantes de casta baixa. Apesar de Singh ter prometido expandir o número de vagas na educação superior, os estudantes e médicos decidiram manter a greve, que está prejudicando o sistema básico de saúde de várias cidades.

Os estudantes apresentaram uma série de exigências e manifestaram preocupação sobre o futuro das instituições onde estudam. Eles temem a queda da qualidade do ensino e o aumento de competição pelas vagas restantes. O projeto do governo, ainda não enviado ao Congresso, aumenta a cota para as comunidades mais oprimidas da Índia (como os dalits, antes intocáveis) de 22,5% para 49% das vagas. A discriminação de castas está proibida, mas o antigo sistema hindu permanece forte. Há ceticismo sobre se as propostas do governo resultarão em maior harmonia social ou se intensificarão as divisões de castas. Para os críticos, os grupos que fazem parte das 6 mil castas e subcastas foram selecionados acidentalmente. Algumas pessoas são poderosas proprietárias de terra.

Opositores dizem que membros dos grupos em melhor situação serão os mais beneficiados pelo aumento das cotas.