Título: Quércia cobra tempo de TV para aliar-se ao PSDB
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/05/2006, Nacional, p. A5

Prestes a voltar de viagem dos Estados Unidos, o ex-governador e presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, exigiu a íntegra do tempo de TV da coligação PSDB-PFL destinado aos candidatos ao Senado para retomar as negociações de uma eventual aliança em torno da candidatura de José Serra ao Palácio dos Bandeirantes. A exemplo do que ocorre no cenário nacional, o PMDB em São Paulo é a sigla mais cortejada tanto pelo PSDB de Serra quanto pelo PT de Aloizio Mercadante. Os dois pré-candidatos até já ofereceram a Quércia a vaga de vice-governador.

A idéia do PSDB é conseguir, já no primeiro turno, uma aliança com o PMDB e o PPS. Dessa maneira, Quércia teria um tempo de televisão na disputa para o Senado superior a seu principal adversário, o petista Eduardo Suplicy, que tenta renovar o mandato.

"Não sabemos exatamente qual seria o tempo disponível. Mas é uma enormidade para uma candidatura ao Senado", disse um dos envolvidos na articulação da aliança PSDB-PMDB. O desejo de Serra, segundo tucanos próximos do ex-prefeito, era uma candidatura pura ao governo de São Paulo. "Mas se tivermos de abrir mão disso para conseguir o PMDB, faremos", avisou outro tucano que atua na articulação de alianças no Estado.

Se por um lado o PSDB aposta todas as fichas para trazer o PMDB para o palanque de Serra, o PT também o faz com igual empenho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá receber pessoalmente Quércia nos próximos dias e, ao lado do Mercadante, oferecer participação num eventual novo governo. Lula também vai reiterar a possibilidade de o peemedebista indicar o vice da chapa paulista. O presidente quer ainda o empenho de Quércia na aproximação com o PMDB nacional, embora uma coligação formal no primeiro turno seja considerada improvável. Ao presidente interessa também que o PMDB não tenha candidato na sucessão ao Planalto. Aos petistas, Quércia informou que retornaria ao Brasil ontem e não fechou as portas à negociação em torno de um acordo em São Paulo que signifique, no mínimo, não apoiar Serra.