Título: No Maranhão, PFL ignora executiva e apóia PT
Autor: Rosa Costa e Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/06/2006, Nacional, p. A4

O principal foco de resistência do PFL à candidatura de Geraldo Alckmin está encravado no Maranhão. Alheios à decisão da Comissão Executiva Nacional do PFL de compor a chapa do candidato do PSDB à Presidência, indicando o senador José Jorge (PFL-PE) para vice, os pefelistas do Maranhão estão fechados com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O grupo, que terá a senadora Roseana Sarney (PFL) como candidata ao governo, está ligado a Lula desde a eleição de 2002 por influência direta do senador José Sarney (PMDB-AP), pai da pefelista. Ainda assim, Roseana conversou com Alckmin, mas sem obter acordo.

O coordenador da campanha do PFL no Estado, senador Edison Lobão (MA), disse que a conversa não avançou por causa do apoio do PSDB local ao candidato do PDT ao governo do Maranhão, Jackson Lago.

Segundo Lobão, pesquisa Ibope feita na semana passada e não publicada daria a Roseana 67% dos votos do eleitorado, seguida de Lago, com 12%, e de Edson Vidigal, do PSB, com 2%. Sobre Lula, o senador diz que ele tem "quatro de cada cinco votos do Maranhão".

Para a vaga do Senado, os pefelistas vão apoiar Epitácio Cafeteira (PTB), um ex-desafeto e por muito tempo tido como irreconciliável inimigo do clã Sarney. O senador João Alberto (PMDB), aliado da família, que seria o nome indicado ao Senado, ficou como vice de Roseana. Da parte do governador José Reinaldo (PSB), a situação é igualmente estranha. Lobão disse que ele apóia os dois adversários da candidata do PFL.

Com resistência em alguns Estados, o PDT deverá oficializar hoje a candidatura do senador Cristovam Buarque (DF) à Presidência da República, de acordo com previsão do presidente do partido, Carlos Lupi. Nos últimos dias, candidatos nos Estados que trabalham para fechar alianças com outros partidos tentam minar a candidatura própria do PDT, que impedirá coligações com legendas que já têm candidatos à sucessão presidencial. Mas Lupi prevê que 80% do partido apoiará a candidatura de Cristovam.

O PDT terá candidato ao governo em 16 Estados. Lupi argumenta que o partido irá crescer em número de votos se ocupar a TV com um candidato próprio que poderá falar sobre o partido três dias da semana. Originalmente o PDT terá um minuto e 20 segundos na TV, mas a redistribuição do tempo dos partidos que não lançarem candidatos à presidência poderá beneficiar a legenda com mais três minutos por bloco.

O presidente do PDT disse não estar preocupado com a cláusula de barreira, segundo a qual o partido tem de obter no mínimo 5% dos votos nacionais para ter direito ao fundo partidário e outros benefícios. Ele acredita que o PDT terá de 6% a 7% dos votos nacionais.