Título: SAP desmente alegação de advogados dos Cravinhos
Autor: Laura Diniz
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/06/2006, Metrópole, p. C1,3

Os advogados dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, Geraldo e Gislaine Jabur, afirmaram que o juiz Alberto Anderson Filho sabia que eles não iriam ao julgamento. O motivo alegado foi que não tiveram como conversar com os clientes e prepará-los para o julgamento.

"No dia 24 de maio, eu me desloquei, em companhia dos pais dos Cravinhos, para a Penitenciária de Itirapina com a finalidade de conversar com meus clientes. Fomos simplesmente impedidos de entrar", disse Geraldo Jabur. Os advogados disseram que, no dia seguinte, comunicaram o ocorrido ao juiz por meio de uma petição, na qual também explicavam que, com a proximidade da data do julgamento e a greve dos agentes penitenciários, não haveria tempo hábil de marcar um novo encontro.

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que as visitas foram suspensas por dez dias depois da rebelião de 14 de maio. No dia 24, porém, diz a SAP, a situação já estava normalizada, mas não houve procura dos advogados.

No dia 1º, uma nova petição foi protocolada pela defesa dos irmãos, alegando que os advogados não compareceriam ao julgamento. Segundo o documento, houve cerceamento da defesa e tratamento desigual dos réus. "Ela (Suzane) fica numa residência e meus clientes dentro de uma prisão, impossibilitados de conversar com o defensor", declarou o advogado.

Antevendo uma possível punição, os advogados informaram que já encaminharam representação à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), frisando que foram impedidos de conversar reservadamente com seus clientes.