Título: Suzane vai ficar no Paraíso
Autor: Laura Diniz
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/06/2006, Metrópole, p. C1,3

O juiz do 1º Tribunal do Júri Alberto Anderson Filho autorizou ontem que Suzane von Richthofen cumpra prisão domiciliar em um novo endereço, em lugar do apartamento de seu protetor, Denivaldo Barni, no Edifício Maison Fontainebleau, na Vila Sônia, zona sul. O pedido foi feito ontem mesmo pela defesa de Suzane, comandada por Mauro Otávio Nacif. O Estado apurou que o novo endereço fica no bairro do Paraíso.

Durante a sessão de ontem no tribunal, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu que a jovem fosse mandada novamente para um presídio. Alegou que a liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) garantia sua permanência temporária em casa só até o julgamento.

Anderson, porém, entendeu que o julgamento a que o ministro Nilson Naves se referiu na liminar era o do mérito do recurso impetrado pela defesa, a ser apreciado por uma das turmas do STJ. O juiz frisou que não poderia modificar a decisão do ministro, "muito embora entenda que no momento, por tratar-se de prisão processual (cautelar) e não por força de condenação que repara e para o cumprimento de pena, não haveria que falar-se em regime de prisão".

No plenário, o promotor Roberto Tardelli pediu, e o juiz autorizou, que seja enviada uma ata da sessão ao ministro. Tardelli afirmou que o objetivo é que Naves "tome conhecimento de como a sua liminar está sendo utilizada, de como a sua decisão serviu não para garantir um direito, mas sim para garantir que pessoas viessem aqui zombar de Vossa Excelência (juiz), zombar do corpo de jurados, do Ministério Público, da assistência da acusação e, principalmente, da consciência do cidadão nacional".

SEGURANÇA

A segurança do prédio de Barni foi reforçada ontem pela manhã, antes da sessão. Com a presença de pelo menos dez vigias particulares, a direção do condomínio pretendia impedir que o local fosse novamente invadido por curiosos e pela imprensa quando Suzane fosse levada da para o Fórum da Barra Funda.

O esquema funcionou. Ninguém conseguiu ver Suzane. Por volta de 10h30 o primeiro carro do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) chegou ao prédio e parou no portão lateral. Às 11h15 Suzane deixou o local. Três carros da polícia a escoltaram até o fórum. Suzane chegou à Barra Funda às 11h30, no banco de trás de uma Blazer da polícia, entre Barni e uma mulher

No prédio, ficou apenas a sensação de alívio dos moradores. "Espero que ela não volte", disse o síndico Alexandre Borges. Antes da saída de Suzane, moradores atiraram ovos e papel molhado nos fotógrafos e cinegrafistas que a aguardavam.