Título: Alckmin: 'obsessão pelo crescimento'
Autor: Fernando Hala
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/06/2006, Nacional, p. A5

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, disse ontem pela manhã, em agenda em Rio Grande (RS), que o crescimento econômico "será uma obsessão" em seu governo. Ao lado da candidata tucana ao governo gaúcho, Yeda Crusius, Alckmin foi recebido por dirigentes, vereadores e simpatizantes dos partidos coligados - entre eles, PMDB, PFL e PPS.

O tucano evitou temas polêmicos e, em entrevista na chegada à cidade, falou sobre propostas de governo. Alckmin reafirmou sua posição a favor de mudanças no panorama econômico. "Ainda estamos elaborando o programa de governo, mas sabemos que é preciso voltar nossa atenção à agricultura, especialmente a de grãos", destacou.

Outros setores, como as indústrias têxtil, calçadista, de móveis e máquinas, também foram citados como prejudicados no modelo adotado pelo governo atual. Mas foi a área da segurança pública, tida como calcanhar-de-aquiles da gestão de Alckmin em São Paulo, que rendeu mais críticas.

"É preciso revermos a legislação federal. As leis são muito duras com os bandidos pequenos e frouxas com o crime organizado. Vamos trabalhar para mudar isso", afirmou, antecipando que, se eleito, liberará recursos do Fundo Penitenciário já em janeiro, primeiro mês de gestão.

Em relação ao projeto do PMDB gaúcho de implodir a candidatura da deputada federal Yeda ao Palácio Piratini, Alckmin observou: "Cada Estado tem uma singularidade que precisa ser respeitada. É preciso conversar." Ele lembrou que já foi do MDB e deixou o partido para fundar o PSDB.

A uma semana da convenção oficial, os peemedebistas prometem fazer pressão para que a tucana desista ou seja vice de Germano Rigotto, que busca a reeleição como governador. A decisão garantiria o palanque do PMDB em solo gaúcho.

Sobre as pesquisas, que lhe apontam 19% de intenção de voto, voltou a insistir que elas não têm "valor político". "Elas retratam o nível de conhecimento dos eleitores, o recall, ou seja, a lembrança do nome de cada candidato. Sou conhecido em metade do País, mas para isso existe campanha", disse.

Alckmin ainda arriscou um palpite para o placar da próxima partida da seleção, hoje, contra a Austrália. Para ele, o time de Parreira vencerá por 3 a 1.

Após a coletiva, o tucano visitou as instalações do Superporto, o auto-intitulado porto do Mercosul.

De Rio Grande, o candidato partiu para Pelotas, onde visitou a 14ª Feira Nacional do Doce (Fenadoce). Em encontro com a imprensa, Alckmin disse que "Lula não gosta de críticas, fica bravo com a oposição, mas é bonzinho com a corrupção". O roteiro em terras gaúchas ontem estava previsto para terminar em Bagé, durante encontro com cerca de 500 ruralistas da região de Campanha.

Além da deputada Yeda, acompanharam Alckmin na viagem o deputado federal Onyx Lorenzoni (PFL) e os deputados estaduais Adilson Troca e Rui Pauletti, ambos do PSDB. Hoje, Alckmin passa o dia em São Paulo, sem agenda pública.