Título: Risco cai mais e Ibovespa recua
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/05/2006, Economia & Negócios, p. B18

Depois de bater o 20.º recorde de pontuação do ano, Bolsa cai com a realização de lucros; dólar sobe

O risco país atingiu o nível mínimo recorde pelo segundo dia consecutivo, em queda de 0,93%, para 212 pontos, mas os mercados domésticos inverteram a tendência da véspera. O Ibovespa caiu 0,24%, depois de ter batido o 20º recorde de pontuação do ano, puxado pela realização de lucros. O dólar interrompeu a seqüência de 4 quedas e subiu 0,78%, para R$ 2,07 , na roda da BM&F, e 0,73%, para R$ 2,075, no balcão, enquanto o paralelo avançou 0,75%, para R$ 2,287. Os juros futuros projetaram alta e o A-Bond perdeu 0,45%, vendido com ágio de 8,25%.

As vendas na Bolsa paulista se intensificaram com a queda dos índices de ações em Wall Street, que reagiram à alta dos juros pagos pelos títulos do Tesouro americano - o Dow Jones recuou 0,14%, a Nasdaq 0,25% e o S&P 500, 0,41%. O movimento financeiro ficou em R$ 2,526 bilhões. O fluxo de capital estrangeiro na Bovespa continua bom, com ingresso líquido de R$ 3,208 bilhões no ano.

As maiores altas foram de Perdigão ON (3,83%), Light ON (3,78%) e Vivo PN (3,34%). As maiores quedas foram de Gerdau PN (4,57%), Gerdau Metalúrgica PN (4,34%) e Eletrobrás ON (4,22%).

No mercado cambial, a queda do dólar, superior a 3%, entre terça-feira da semana passada e anteontem, estimulou um movimento de realização de lucros. A diminuição de 33% na posição "comprada" dos bancos em câmbio no final de abril ante o encerramento de março serviu de pretexto para o ajuste de posições. Além disso, a alta dos juros dos Treasuries, a queda do dólar ante o euro e o leilão de compra do Banco Central, em meio à liquidez reduzida, favoreceram a subida do comercial.

Na BM&F, os quatro contratos futuros negociados projetaram alta para a moeda americana. Por enquanto, a questão da nacionalização do petróleo e do gás bolivianos não afeta os negócios.