Título: Câmara se protege para evitar vazamento
Autor: José Maria Tomazela
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/05/2006, Metrópole, p. C10

Depois do estrago causado pelo vazamento da sessão secreta da CPI do Tráfico de Armas, a Câmara dos Deputados decidiu fazer mudanças. Desde ontem, apenas servidores do quadro efetivo podem operar o áudio das sessões das CPIs, do Conselho de Ética e da comissão de sindicância da Corregedoria. A medida foi uma resposta à venda, por Arthur Vinícius Pilastre Silva - funcionário de empresa que presta serviço à Casa -, de cópia da sessão secreta de CPI aos advogados do Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo confessou o próprio funcionário demitido.

Atualmente, apenas um terço dos operadores de áudio são do quadro permanente da Câmara. O cargo estava sendo extinto e há poucos servidores na função, já perto da aposentadoria. Por enquanto, vão suprir a necessidade, pois há apenas uma CPI funcionando. A Câmara deverá criar os cargos novamente e abrir concurso público para preencher as vagas assim que a lei permitir - em período pré-eleitoral, isso é vetado.

ACAREAÇÃO

A CPI do Tráfico de Armas confirmou o depoimento dos advogados Sérgio Weslei da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado na próxima terça-feira. Os dois são acusados de comprar por R$ 200,00 cópia dos depoimentos do diretor do Departamento Estadual de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) de São Paulo, Godofredo Bittencourt Filho, e do delegado Ruy Ferraz, prestados em 10 de maio, em sessão secreta. Os advogados também participarão, na próxima semana, de acareação com Silva.