Título: Assume 6º indicado por presidente no STF
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Fonte: O Estado de São Paulo, 22/06/2006, Nacional, p. A5

Tomou posse ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, que ocupa a cadeira deixada pelo ex-presidente do tribunal Nelson Jobim. A jurista mineira é a segunda mulher a ocupar uma vaga na corte e a sexta indicação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Composto por 11 ministros, o STF passa agora a ter 6 integrantes escolhidos por Lula - 2 foram indicações de Fernando Henrique Cardoso, 2 de José Sarney e 1 de Fernando Collor.

A cerimônia de posse contou com a presença do presidente Lula e de políticos de vários partidos. Nenhuma entrevista, porém, foi concedida e, conforme manda a tradição, não foram feitos discursos.

Apenas a presidente do Supremo, ministra Ellen Gracie Northfleet, disse algumas palavras, referindo-se à nova ministra. "O seu histórico profissional, seja como procuradora, seja como uma brilhante professora universitária, nos dá a certeza de que o seu desempenho nesta corte trará o brilho invulgar da sua inteligência e uma extraordinária capacidade de trabalho", afirmou na solenidade a atual presidente do STF.

Antes de integrar o Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia foi procuradora do Estado de Minas. No governo Itamar Franco, ela ocupou o cargo de procuradora-geral.

FOME ZERO

Recentemente, a nova ministra Cármen Lúcia defendeu o programa Fome Zero e disse que as decisões judiciais têm de ser compreendidas por toda a população. "Toda vez que eu der um voto, vou pensar se a dona Joana, de Espinosa (sua cidade natal), entenderá", comentou na semana passada, durante conversa com jornalistas.

Apesar de elogiar o programa do governo Lula, Cármen Lúcia afirmou que é necessário que o Fome Zero tenha continuidade com a qualificação das pessoas. A ministra argumentou, entretanto, que essa não é uma obrigação exclusiva do governo, mas de toda a sociedade.

"A fome dói, é uma indignidade", afirmou Cármen Lúcia aos jornalistas, na ocasião. Ontem, a nova ministra do Supremo não concedeu entrevistas após a rápida posse, que durou cerca de 20 minutos.

Compareceram à cerimônia ministros de Estado, como Márcio Thomaz Bastos (Justiça), governadores, como Aécio Neves (PSDB), de Minas Gerais, e parlamentares.