Título: Rondeau estranha as acusações de Evo
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/05/2006, Economia & Negócios, p. B4

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, "lamentou" e "estranhou" ontem as declarações feitas em Viena pelo presidente boliviano, Evo Morales, sobre uma suposta atuação ilegal e contrabandista da Petrobrás na Bolívia. Um dia depois de ter participado, em La Paz, da primeira reunião para negociar a aplicação do decreto de nacionalização dos campos bolivianos de gás e petróleo, Rondeau classificou as afirmações de Morales como contraditórias com o resultado positivo da discussão entre ele, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andres Solíz Rada, e os presidentes da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, e da estatal boliviana YPFB, Jorge Alvarado.

"A gente lamenta e estranha (as declarações) porque elas contrastam com a reunião de ontem (quarta-feira), em La Paz, que foi extremamente otimista", afirmou Rondeau. Apesar de usar um tom técnico e negar que estivesse fazendo um juízo político da situação de conflito entre Brasil e Bolívia, Rondeau defendeu a atuação da Petrobrás no exterior. "Tenho a garantia da direção da Petrobrás que ela atua de forma legal na Bolívia e em todos os outros países onde tem negócios."

Para o ministro, as negociações agora estão "onde deviam estar, que é a mesa de negociações". Rondeau relatou que foram formados quatro grupos técnicos, que começarão a trabalhar na próxima segunda-feira, em La Paz, para tratar de pontos específicos da regulamentação do decreto boliviano.

O ministro demonstrou ainda que o Brasil pretende resistir à nomeação de novos diretores para a empresa boliviana, antes que sejam definidos os detalhes de regulamentação do decreto assinado por Evo Morales no dia 1º de maio. "Na hora adequada, eles (novos diretores) poderão assumir, mas antes terão que ficar claros pontos legais necessários."