Título: Não haverá nova CPI, diz Renan
Autor: Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/05/2006, Nacional, p. A6

Mas caso pode ir a Corregedoria ou Conselho de Ética

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afastou ontem a possibilidade de abrir uma comissão parlamentar de inquérito para apurar as denúncias de desvio de recursos do orçamento na compra de ambulâncias, envolvendo prefeituras, parlamentares e funcionários do Ministério da Saúde. "Esse assunto está sendo investigado pelos canais competentes", afirmou, citando o Ministério Público e a Polícia Federal. No entanto, ele admitiu a hipótese de os envolvidos serem investigados pela Corregedoria ou pelo Conselho de Ética.

"Se for necessário, vamos fazer isso", disse ele, ressalvando, porém, que ainda não recebeu o resultado das apurações da PF. O senador explicou que, se a conclusão das investigações indicar a abertura de processo no Conselho de Ética, isso será "quase automático". "Mas eu não tive ainda acesso ao material para verificar o que é necessário fazer neste momento."

Até a tarde de ontem, nenhum parlamentar havia iniciado a coleta de assinaturas para a criação de uma nova CPI. A Executiva Nacional do PPS chegou a discutir o assunto, mas a tese não foi aprovada.

Em 1994, o Congresso criou uma CPI para investigar o desvio de dinheiro do orçamento por meio de emendas parlamentares, que ficou conhecida como a CPI do Orçamento. À época, sete deputados foram cassados, quatro renunciaram e oito foram absolvidos.

"Não dá para repetir velhos erros", comentou Renan, defensor de mudanças na execução do orçamento, cujas propostas nunca saíram do papel.