Título: Militares israelenses negam ter atacado a praia
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Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2006, Internacional, p. A10

O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, declarou ontem que o país não é responsável pela explosão que na sexta-feira matou oito pessoas, das quais sete da mesma família, numa praia no norte da Faixa de Gaza. Uma investigação militar israelense concluiu que as mortes foram causadas pela explosão de uma mina que teria sido enterrada na areia pelo grupo Hamas, na época em que o Exército israelense ocupava Gaza (Israel se retirou do território em setembro). O inquérito se baseia em imagens de TV mostrando a cratera formada na praia e nos estilhaços recolhidos de corpos de feridos tratados em hospitais israelenses. Segundo o general Meir Klifi, nenhum projétil disparado por Israel naquele dia caiu naquela área. No entanto, um perito da entidade de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, com sede nos EUA, disse que os ferimentos nos corpos não eram de explosão vinda de baixo. "Não foi uma mina", disse Mark Garlasco, indicando que os fragmentos eram de projéteis de 155 milímetros usados pela artilharia israelense. Líderes palestinos disseram ser altamente improvável que o Hamas plantasse bombas num local popular entre as famílias palestinas. O Centro Palestino de Direitos Humanos observou que a explosão ocorreu no mesmo horário em que o Exército de Israel reconheceu, sexta-feira, ter disparado contra Gaza. Ontem o Exército informou que os disparos foram em outra direção.