Título: Defesa quer que caso seja julgado fora de São Paulo
Autor: Angélica Santa Cruz
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/06/2006, Metrópole, p. C1,3

Os advogados de Suzane Von Richthofen vão tentar uma última cartada amanhã para tentar adiar seu julgamento. Mário Sérgio de Oliveira e Mauro Otávio Nacif vão pedir que ela só vá a júri depois de esgotados todos os recursos contra a sentença de pronúncia (que a levou a júri popular ). "Antes disso, ela fica impedida de exercer o direito de pedir para ser julgada fora de São Paulo. Nós entendemos que existe um vício dentro da cidade, devido ao clamor público, há uma inclinação para a condenação" , disse Oliveira.

Ontem à tarde, os dois advogados passaram quase cinco horas reunidos com Suzane no apartamento do seu tutor, Demerval Barni, no Morumbi. "Nós a estamos preparando para tudo o que pode acontecer no júri, até o encontro que ela vai ter com Daniel e Cristian, os irmãos Cravinhos" , explicou Oliveira. Hoje os advogados devem voltar à casa de Barni para reler partes do processo e acertar os últimos detalhes.

Um outro habeas-corpus deve ser pedido pela defesa ao Superior Tribunal de Justiça amanhã. A intenção é impedir que a entrevista concedida à Rede Globo seja usada no julgamento. O mesmo pedido já foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Quem não gostou muito da visita dos advogados foram os moradores do Edifício Maison Fontainebleau, onde Suzane está em prisão domiciliar desde segunda-feira. Eles fizeram uma carta que foi entregue a Barni na qual o responsabilizam pelos danos materiais e morais que a presença de Suzane possa causar aos moradores. "Não estamos satisfeitos com essa situação. No dia em que ela chegou, a imprensa invadiu o prédio e um carro foi danificado", contou o síndico Alexandre Lopes Borges.

Suzane deve deixar a casa de Barni amanhã para ir ao Fórum Criminal da Barra Funda. A expectativa dos advogados é que o julgamento dure três dias. Ela deve dormir todos os dias no fórum. "Achamos que seria muito cansativo para ela ir e voltar", afirmou Nacif.