Título: No Madeira, usinas atrasadas
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/06/2006, Economia & Negócios, p. B18

É consenso no setor elétrico que o País vive um momento de impasse no que se refere à expansão da oferta de energia. Ao mesmo tempo em que enfrenta dificuldades para tocar novos projetos hidrelétricos, há grande incerteza quanto ao suprimento futuro de gás natural, principal combustível alternativo. Em evento recente no Rio, o presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Maurício Tolmasquim, disse estar desesperado com a possibilidade de atraso nas usinas do Rio Madeira, com 6,45 mil MW, em Rondônia.

Ao lado da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e da usina nuclear Angra 3, o complexo do Rio Madeira é um dos pilares do programa de expansão do parque gerador brasileiro até 2015. Os três projetos garantem uma capacidade adicional de 13,259 mil MW, quase a metade do total previsto pelo estudo. O problema é que atrasos em obras de grande porte são recorrentes na história do setor elétrico brasileiro.

"Alguém acredita que Belo Monte saia em 2012? O projeto estava previsto para 2001", disse o presidente do Conselho de Administração da espanhola Endesa no Brasil, Mario Santos, que comandava o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).