Título: México quer fechar acordo tarifário
Autor: Paula Puliti
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2006, Economia & Negócios, p. B9

O ministro das Relações Exteriores do México, Luiz Ernesto Derbez, pediu ontem a empresários que elaborem uma lista definindo os setores da indústria com maior potencial de crescimento no comércio bilateral. A partir dessa indicação, Brasil e México vão aprofundar as discussões para corte de tarifas de forma a ampliar o comércio entre os dois países. Em julho, uma missão comercial do México vem ao Brasil para avaliar os resultados da lista que será elaborada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Derbez, que em visita à Fiesp foi recebido pelo seu presidente, Paulo Skaf, confirmou a decisão de se associar ao Mercosul, mas revelou que seu país não pretende deixar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) para se integrar ao bloco sul-americano. Na verdade, segundo ele, "o Brasil é que deveria se associar ao Nafta". "Seria muito melhor para o País."

O ministro negou ter defendido assento permanente no Conselho de Segurança da ONU para o Brasil. Segundo ele, o México e dezenas de outros países formaram o grupo "Unidos para o Consenso", que defende uma reforma do Conselho permitindo representações regionais e não individuais. Ou seja, o México apoiaria o Brasil caso a América Latina tivesse direito a um assento, mas desde que o Brasil respondesse aos interesses da região, com a qual discutiria todas as decisões a serem tomadas. "O México não apóia o que vem sendo defendido por Brasil, Japão, Índia e África do Sul, que querem participar do Conselho como países individuais e não como região."

Caso o Conselho da ONU oferecesse duas cadeiras à América Latina, o México poderia pleitear uma delas, mas, se for apenas uma, os mexicanos não veriam problema em que ela fosse ocupada pelo Brasil.