Título: Em SP, 14 candidatos buscam voto de 27,5 mi
Autor: Ricardo Brandt
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/06/2006, Nacional, p. A9

Os 27,5 milhões de eleitores de São Paulo, maior colégio eleitoral do País, terão de escolher entre 14 candidatos o futuro governador do Estado. Com o favoritismo do ex-prefeito José Serra (PSDB), o maior embate ficará por conta da disputa de quem poderá ir para o segundo turno com o tucano: o PT de Aloizio Mercadante ou o PMDB de Orestes Quércia.

Apesar dos índices de Serra - chega a vencer no primeiro turno, segundo pesquisas -, o PSDB tenta evitar o clima de já ganhou. "Partimos de um bom nível na pesquisa, mas vamos ter que trabalhar muito para transformar o que é pesquisa em voto. Nada de tamanco alto", diz o presidente estadual do PSDB, deputado Sidney Beraldo, cotado para vice de Serra.

O PSDB brigará até o fim para tirar do caminho a candidatura de Quércia. A interpretação do partido é de que o ex-governador pode pegar votos do tucano, fortalecendo Mercadante. "O Quércia faz uma análise equivocada. O Mercadante não é um candidato para ganhar a eleição, ele entrou para fazer palanque para o Lula em São Paulo", opina o líder do PSDB na Assembléia, Ricardo Tripoli.

Os tucanos ainda consideram o cenário de o próprio Quércia ver a sua candidatura decolar e passar a ser ele o adversário no segundo turno.

O PT aposta no início da propaganda eleitoral para reverter o quadro e espera o crescimento de Mercadante após sua imagem ser ligada à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que pode nacionalizar a campanha.

Para os tucanos, a nacionalização do discurso é tática equivocada. "Mercadante desconhece o dia-a-dia do povo de São Paulo. O eleitor vai querer saber dos problemas locais", disse o deputado federal Júlio Semeghini (PSDB-SP).

Entre os nanicos, mais uma vez há uma lista de desconhecidos, que servirão de "boca de aluguel".