Título: Déficit dos EUA cai 6,4% no 1º trimestre
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Fonte: O Estado de São Paulo, 17/06/2006, Economia & Negócios, p. B6

Mesmo em queda, resultado ainda é o segundo pior da história do país

EFE

O déficit em conta corrente dos Estados Unidos caiu 6,4% no primeiro trimestre, mas ainda é o segundo maior da história do país, que precisa de US$ 2,3 bilhões diários em investimento estrangeiro. O Departamento de Comércio informou ontem que esse desequilíbrio, que no quarto trimestre de 2005 havia somado US$ 223,1 bilhões, caiu para US$ 208,7 bilhões.

O déficit de pagamentos, que no quarto trimestre de 2005 equivalia a 7% do Produto Interno Bruto (PIB), já era igual a 6,4% do PIB no fim de março. Em 2005 o déficit corrente foi equivalente a 6,3% do PIB.

Os EUA acumulam dívida superior a US$ 8,3 trilhões, um déficit orçamentário de mais de US$ 375 bilhões e um déficit comercial que no ano passado foi superior a US$ 716 bilhões. A dívida externa, que tem taxa de juros média de 5%, encontra-se acima dos US$ 5 trilhões e, provavelmente, terá passado dos US$ 6 trilhões no fim de 2006.

Para financiar esses desequilíbrios, os EUA precisam atrair cerca de US$ 2,3 bilhões por dia em investimentos. Quando esse fluxo cai, o dólar se desvaloriza. O aumento dos juros e um crescimento mais robusto em outras partes do mundo aumentam as possibilidades de os investidores diversificarem suas carteiras fora dos EUA.

A redução do déficit entre janeiro e março decorreu, principalmente, da queda das importações líquidas de bens e serviços, bem como da transferências para pagamentos. A maioria dos analistas esperava que o déficit caísse para US$ 221 bilhões entre janeiro e março.

Já o déficit comercial caiu de US$ 194,8 bilhões no último trimestre de 2005 para US$ 190,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Na balança comercial, o déficit nas trocas de bens e serviços caiu de US$ 212,5 bilhões entre outubro e dezembro passados para US$ 208 bilhões no primeiro trimestre deste ano.

Por causa do apetite dos consumidores nos EUA por produtos importados, as compras de bens no exterior subiram de US$ 445,4 bilhões no último trimestre de 2005 para US$ 452,5 bilhões entre janeiro e março.

Nos mesmos períodos, as vendas de bens americanos para o resto do mundo subiram de US$ 232,9 bilhões para US$ 244,5 bilhões, como reflexo, principalmente, das exportações de bens industriais, materiais e de capital.