Título: Pesquisa com especialistas estimulou idéia de levar computadores ao ensino
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/06/2006, Nacional, p. A10

A idéia de colocar um computador com banda larga em cada escola do País surgiu de uma pesquisa feita com mais de 2 mil especialistas, a pedido do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) do governo federal. A pesquisa, feita para apurar os problemas estratégicos que o País deve superar para crescer, apontou a qualidade na educação como o principal deles e um dos mais difíceis de resolver.

Segundo o secretário-executivo do NAE, Raul Sturari, a pesquisa perguntou quais os problemas atuais do Brasil que impactarão o futuro do País. A pesquisa, feita com acadêmicos, professores e dirigentes de ONGs, indicou 50 pontos. Os dois primeiros foram melhorar a qualidade do ensino e universalizar o acesso ao ensino básico. Após eles vieram a redução da criminalidade e da desigualdade social, o aumento do nível de emprego e a consolidação de um sistema universal de saúde.

A pesquisa fez duas perguntas - quais os temas importantes e qual a probabilidade de metas nessas áreas serem cumpridas até 2022. Com a mesma convicção com que apontaram a educação como problema-chave, os entrevistados revelaram descrença de que os governos consigam avançar na área. A melhoria de qualidade da educação é, segundo os pesquisados, a quinta meta com menor chance de ser atingida até 2022.

A diminuição da criminalidade é, para eles, a terceira meta com menor chance de ser alcançada; a redução da desigualdade social é a quarta mais improvável. O público-alvo da pesquisa apontou a manutenção da normalidade constitucional e democrática como a mais provável de ser atingida.

Uma segunda pesquisa, feita na Internet, listou 15 pontos a serem desenvolvidos para melhorar a qualidade da educação. Dos 15, o governo selecionou quatro como prioridade 1. O primeiro deles é a formação de professores; o segundo, a inclusão digital; e o terceiro, a gestão escolar democrática - partilhar a gestão das escolas com pais e interessados. O mesmo deverá ser feito com os demais 50 temas, mas as consultas ainda não começaram: apenas na área de novas alternativas de combustível estão sendo preparados os questionários.