Título: Indicadores aumentam incertezas sobre o país
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/06/2006, Economia & Negócios, p. B1

Os indicadores americanos divulgados ontem ampliaram as dúvidas sobre o futuro da economia dos Estados Unidos, pois mostram, além de uma desaceleração no setor de imóveis, os consumidores mais otimistas sobre o futuro a longo prazo, porém cuidadosos sobre o presente.

Segundo a agência de pesquisas Conference Board , o índice de confiança do consumidor de junho subiu para 105,7 pontos, de um nível revisado para 104,7 em maio. Os economistas previam alta do índice para 104,0.

Já o componente do índice que retrata a percepção do consumidor com a situação atual caiu de 134,1 para 132,7, mas o componente que reflete as expectativas subiu de 85,1 para 87,6.

A diretora do Centro de Pesquisa do Consumidor da agência, Lynn Franco, ressaltou que o moderado avanço no índice de confiança é conseqüência de uma melhora nas expectativas dos consumidores em relação à economia, embora se mantenha a preocupação sobre o panorama a curto prazo.

Ela acrescentou que a segunda queda consecutiva do índice sobre a situação atual é vista como um sinal de que a economia passa a se desenvolver em uma velocidade mais lenta nos próximos meses.

No setor imobiliário, a bolha está desaparecendo com o aumento das hipotecas. A Associação Nacional dos Corretores de Imóveis (NAR) informou que em maio houve, em comparação a abril, uma queda de 1,2% nas vendas de imóveis residenciais usados, para a média de 6,67 milhões de unidades. Esse número é 6,6% menor do que o do ano passado. "No geral, foi um bom relatório, mostra que o setor imobiliário está se desacelerando, mas de uma forma administrável", afirmou o economista-chefe da NAR, David Lereah.

Os analistas acreditam que o setor imobiliário está a caminho de um pouso suave, apesar das expectativas de juros mais altos nos EUA.