Título: PSDB deve R$ 2,14 milhões da campanha de 2002
Autor: João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/06/2006, Nacional, p. A8

Quatro anos depois, o PSDB ainda tenta administrar a dívida de 2002, quando José Serra enfrentou e perdeu a cadeira da Presidência da República para o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, o débito resultante da disputa presidencial passada está em R$ 2,14 milhões, segundo informou o PSDB por meio de sua assessoria de imprensa ontem.

A dívida, segundo o partido, está sendo paga com recursos do fundo partidário. Hoje, o PSDB recebe R$ 1,56 milhão por mês do fundo. A legenda não informou quanto dispõe em caixa neste momento.

Quatro dias depois de oficializada a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência, o PSDB não sabe quanto espera arrecadar para a campanha eleitoral deste ano. O comitê financeiro, que será administrado pelo jurista Miguel Reale Jr., ainda está sendo montado.

Reale Jr., porém, já avisou que não ficará responsável pela captação de recursos. "A captação não caberá a mim. Minha missão é supervisionar o comitê financeiro, trabalhar para que haja lisura e responsabilidade dos gastos", disse ao Estado.

O jurista garantiu que não haverá caixa 2 na campanha tucana. "Não haverá nem entrada nem saída de recursos por fora", assegurou Reale Jr.

PSOL

O partido que tem a senadora Heloísa Helena (AL) como pré-candidata à Presidência, o PSOL, está legalizado há pouco menos de um ano. A vida curta é uma das razões, segundo o diretor financeiro da sigla, Mário Agra, de não apresentar dívidas. "Nosso partido é novo e ainda não tivemos de encarar um grande evento. Temos nossas contas em dia", contou Agra.

Mesmo assim, o PSOL conta com pouco dinheiro em caixa. Seu diretor financeiro estima ter entre R$ 4mil e R$ 5 mil nas contas do partido.

Na estréia em uma disputa eleitoral, Agra ainda não tem uma expectativa dos gastos e da quantidade de recursos que a sigla conseguirá captar. O diretor financeiro antecipa que o PSOL terá um único centro de finanças para todos os seus candidatos, o que inclui as disputas estaduais e presidencial.

Segundo Agra, o partido já definiu que não aceitará doações de pessoas jurídicas ao longo da campanha, apenas físicas. "Não queremos correr riscos", disse Agra, lembrando dos problemas com caixa 2 que vieram à tona com o escândalo do mensalão. O diretor financeiro do PSOL informou ainda que após a convenção, dia 24, os dirigentes terão mais claramente os custos das campanhas.