Título: Aliança apara arestas nos Estados
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Fonte: O Estado de São Paulo, 15/06/2006, Nacional, p. A5

Campanha terá coordenações locais, em especial onde há divergências

O conselho político do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, decidiu ontem criar coordenações estaduais para estruturar a campanha, especialmente onde há divergências entre o PSDB e o PFL. Na contabilidade dos conselheiros, o quadro da parceria entre os dois partidos nos Estados está fragmentado em três fatias quase do mesmo tamanho.

Em nove Estados e no Distrito Federal, as disputas entre pefelistas e tucanos estão sendo trabalhadas e precisam ser resolvidas até o fim do mês, pois o prazo para formalização das candidaturas é 30 de junho. Em outros dez Estados, é praticamente certo que Alckmin terá um palanque único da aliança e nos outros sete as divergências são dadas como insuperáveis.

Alckmin conta com palanques fortes e dá como certa a parceria nos dois maiores colégios eleitorais - São Paulo e Minas. "Onde o acordo não for possível, vou participar de dois palanques", resignou-se ontem o tucano, após presidir a segunda reunião do conselho político. Está definido que Alckmin terá de administrar dois palanques em Alagoas, Amazonas, Rio, Tocantins, Goiás e Rondônia.

Em Estados como o Maranhão, ele corre o risco de não ter palanque algum. A candidata do PFL ao governo é a senadora Roseana Sarney, que vive às turras com o PSDB. Além disso, é filha do senador José Sarney (PMDB-AP), que trabalha abertamente pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Do outro lado, os tucanos maranhenses querem apoiar para o governo Jackson Lago (PDT), ex-prefeito de São Luís. Mas para isso dependem de a convenção pedetista confirmar a candidatura presidencial do senador Cristovam Buarque (DF).

PFL e PSDB também trabalham com a idéia de acerto para fortalecer o palanque de Alckmin em quatro Estados nordestinos onde Lula está disparado à frente: Ceará, Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte. Ontem, o que mais aborreceu o PFL foi a reviravolta no Piauí. O PSDB obteve o apoio dos pefelistas para a candidatura ao governo do ex-prefeito de Teresina Firmino Filho em troca da vaga para o Senado na chapa. Mas vetou Hugo Napoleão para o Senado, com o argumento de que o pefelista tinha rejeição muito alta.