Título: Ata do Copom influi no juro futuro
Autor: Lucinda Pinto e Mario Rocha
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/06/2006, Economia & Negócios, p. B16

Documento 'benigno' faz investidor até mesmo voltar a acreditar em novo corte da taxa Selic

A ata do Copom foi responsável pelo alívio no mercado de juros, já que o documento veio mais otimista do que se esperava. Assim, os investidores voltaram a considerar a possibilidade de a taxa Selic ser novamente reduzida na próxima reunião - entre 0,25 ponto e 0,5 ponto porcentual -, algo que parecia improvável com a instabilidade no cenário externo.

O que realmente ajudou foi a avaliação de que o Banco Central considera o quadro externo problemático transitório. O destaque aos "sólidos fundamentos da economia brasileira" também agradou.

Na BM&F, o contrato com vencimento em janeiro de 2008 encerrou o pregão projetando taxa de 15,80% ao ano, ante 15,79% na véspera; o de janeiro de 2007, 14,97% (15,03%), e o de janeiro de 2009, 16% (16,07%).

O leilão tradicional de títulos públicos foi considerado bem-sucedido, embora o Tesouro não tenha vendido integralmente as LTNs mais longas, com vencimento em 1/1/2009.

Com a alta de 0,49% do Ibovespa, o principal índice da Bolsa paulista passa a acumular queda de 2,99% em junho e valorização de 5,92% em 2006. O movimento financeiro ficou em R$ 2,889 bilhões.

O comportamento das ações da Vale do Rio Doce e da Petrobrás contribuiu para a recuperação. Petrobrás PN foi o papel mais negociado. Chegou a cair 4,65%, mas reduziu a desvalorização para 0,64%. Vale PNA foi a ação com o segundo maior giro. Caiu até 4,43%, mas encerrou o dia em baixa de apenas 0,75%.

Segundo operadores, a ata "benigna" do Copom e o IPCA de maio de 0,10%, abaixo da expectativa, também ajudaram a Bolsa.

Entre os papéis que compõem o Índice Bovespa, as maiores altas foram de Light ON (6,68%), TIM Par ON (6,40%) e Perdigão ON (5,17%). As maiores quedas foram de Contax ON (3,36%), Banco do Brasil ON (3,03%) e Sabesp ON (2,50%).