Título: Candidatura do PMDB renasce e morre de novo em 48 horas
Autor: Sônia Filgueiras
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/06/2006, Nacional, p. A3

A idéia de ter candidato próprio à Presidência renasceu entre peemedebistas de várias correntes depois que a Justiça eleitoral adotou a interpretação rigorosa da verticalização, na terça. Falou-se de Pedro Simon, lembrou-se de Anthony Garotinho, cogitou-se Jarbas Vasconcelos. Ontem, mais uma vez, a candidatura própria fez água.

O presidente do partido, Michel Temer, manterá na agenda a reunião de segunda-feira com governadores, candidatos e a Executiva Nacional, para discutir o caminho na sucessão presidencial. Mas ele não tem ilusões. "Agora, fica mais difícil pensar em candidato próprio", diz Temer, ao admitir que em nenhum momento a maioria do partido chegou a se engajar em uma candidatura. Da mesma forma, a coligação com o PT, tão sonhada pelo presidente Lula, fica descartada. "Se o governo havia encontrado espaço para insistir na aliança formal com o PMDB, agora enterrou de vez", avaliou Temer.

O que sustentou a tese em setores do partido foi o desejo da base de ter um candidato disputando pelo partido. A idéia só foi descartada pelas próprias bases por conta da versão radical da verticalização, que dificultava o projeto de eleger o maior número de governadores e as maiores bancadas na Câmara e no Senado. O partido julga ter boa chance na disputa de mais de uma dezena de governos.