Título: Cristovam quer pasta para educação básica
Autor: Silvia Campos
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/07/2006, Nacional, p. A8

O candidato do PDT à Presidência da República, senador Cristovam Buarque, defendeu a criação de um ministério exclusivo para a educação básica, caso seja eleito, em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes. Cristovam, que falou de educação na maior parte do tempo, defende a federalização do ensino básico e a criação de um programa nacional para o magistério.

Em crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristovam reafirmou que se indispôs com a administração petista durante o período em que foi ministro da Educação. Ele disse que não conseguiu combinar o seu plano para a educação com a equipe de Lula, porque o início do governo era um "caos". "Entreguei 31 metas (para a educação) para o Lula e ele jogou fora", disse. Cristovam planeja para um eventual governo dobrar o salário dos professores em quatro anos. A meta seria aumentar o orçamento para a pasta em R$ 20 bilhões neste período.

O senador defende a estabilidade monetária na economia e revelou que, em 1998, chegou a aconselhar Lula a manter o ex-ministro da Fazenda da gestão de Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan, e Gustavo Franco por cem dias durante o período de transição.

Questionado se as suas opiniões sobre a política econômica não se diferenciam das do PDT, Cristovam retrucou: "O PDT me escolheu candidato sem que eu mudasse uma linha do meu discurso."

Voltando a falar sobre educação, ele criticou o Fundeb, o qual considera um programa "medíocre". "O Brasil é um País que comemora mediocridades", afirmou o candidato.

O senador também fez críticas ao PT e disse que saiu da sigla porque o partido fugiu dos seus princípios. Revelou que enviou uma carta ao então ministro Luiz Gushiken duas semanas antes de ser demitido para falar sobre sua insatisfação e brincou: "Talvez seja por isso (que foi demitido)."

"O que é grave para o Lula é que ele era a única esperança do País no banco de reservas, entrou em campo e frustrou." Ele não quis revelar quem apoiaria num eventual segundo turno.