Título: 58% dos eleitores não têm estudo
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2006, Nacional, p. A4

Um imenso batalhão de brasileiros com baixíssima ou nenhuma escolaridade forma a maioria do eleitorado que escolherá o próximo presidente e os integrantes do Congresso e das Assembléias Legislativas. São 73,3 milhões de eleitores, ou 58,26% do total, que não conseguiram sequer completar o ensino de primeiro grau. Desse contingente, cerca de 8,2 milhões são analfabetos, segundo dados divulgados ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Embora o grau de instrução dos eleitores tenha aumentado em relação às eleições de 2002, a baixa escolaridade ainda é dramática. Apenas 7.115.519 eleitores (5,65%) cursam ou completaram o ensino superior.

O levantamento registra 21,3 milhões de votantes que dizem só saber ler e escrever. Com isso, o porcentual de analfabetos e analfabetos funcionais soma 23,49% ou 29,5 milhões de pessoas. Para se ter uma idéia desse contingente, o número é superior ao total de eleitores do Estado de São Paulo, de cerca de 28 milhões, o maior colégio eleitoral do País.

Em 2002, os candidatos pediram votos para um eleitorado com nível de ensino ainda menor. A soma dos que não tinham conseguido completar o ensino de primeiro grau era de 72 milhões, dentro de um universo de 115 milhões de eleitores (62,49%). Agora, são 73 milhões entre 125 milhões de pessoas habilitadas a votar (58,26%).

De acordo com o TSE, as mulheres são a maioria, com 64,8 milhões de eleitores (51,53%). Os homens que vão votar somam 60,8 milhões (48,33%).

A faixa etária com maior número de pessoas inscritas para votar é a de 25 a 34 anos, que engloba 14,7 milhões (23,96%). As três faixas que concentram o maior número de eleitores englobam as pessoas que têm de 25 a 59 anos, com 65,3% do total.

Os candidatos não poderão ignorar o voto dos idosos. Segundo os dados do TSE, existem 17 milhões de eleitores nas camadas a partir de 60 anos.

Aqueles que possuem o direito do voto facultativo (16 e 17 anos) somam cerca de 3 milhões de eleitores (2,45%). Entre 18 e 20 anos, são mais 13,7 milhões (10,94%).