Título: Haverá 2º turno com certeza, diz tucano
Autor: Samla Mesquita
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2006, Nacional, p. A5

Em viagem à Europa, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, recebeu com entusiasmo o resultado da pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem. "Crescer 7 pontos antes de começar a campanha é um crescimento grande. Sem ter publicidade, sem gastar dinheiro, sem ter máquina governamental", disse o tucano em Bruxelas, na Bélgica. "Eu diria que isso mostra que a população está recebendo bem a nossa mensagem, as nossas propostas."

Apesar de a pesquisa mostrar que o presidente Lula venceria no primeiro turno, caso as eleições fossem hoje, Alckmin avalia que o eleitorado tende a levar a disputa ao segundo turno, para ter mais clareza das propostas e mais segurança na escolha.

Ele aposta em um avanço maior depois de 15 de agosto, quando começa o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Mas ressalvou: "A gente precisa ter os pés no chão. Uma coisa é pesquisa, outra é eleição."

Alckmin minimizou o apoio de alguns caciques do PMDB à reeleição de Lula e destacou que as lideranças regionais do partido apóiam a sua candidatura. "No Nordeste, Jarbas Vasconcelos (PE) está conosco. No Centro-Oeste, Joaquim Roriz (DF) está conosco. No Sul do País, o atual governador, Luiz Henrique (SC), está conosco e, em São Paulo, acredito que Michel Temer estará conosco."

O presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, que acompanha o candidato na viagem, listou as lideranças peemedebistas que apóiam Lula: Renan Calheiros, José Sarney, Ney Suassuna e Jader Barbalho. "Liderança de voto importante com o PMDB não tem nenhuma (com Lula). Germano Rigotto está neutro, Roberto Requião está neutro. Jarbas, Luiz Henrique e Itamar Franco têm feito elogios à candidatura do Alckmin", reiterou Tasso.

Alckmin criticou Lula por ter acomodado nos Correios quatro apadrinhados do PMDB. "Os Correios foram dados ao PMDB. Isso demonstra que o governo não aprendeu com a crise. É uma visão equivocada de que os fins justificam os meios. Não é a maneira adequada de fazer política", afirmou. "O que o governo tem feito é algo totalmente atrasado. É loteamento de cargo público, sem critério adequado, reincidente no caso dos Correios."

Para ele, a estratégia de Lula para atrair o PMDB é "muito ruim". "Principalmente em véspera de eleição porque isso acena para um segundo governo, se for o caso, cujo critério é o de loteamento político."

UNIÃO EUROPÉIA

O candidato esteve em Bruxelas para conversar com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, sobre a retomada das negociações entre Mercosul e União Européia, caso ganhe as eleições. Trataram ainda de política internacional e biocombustíveis.

Alckmin estava acompanhado de Tasso e do presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE).