Título: Quércia diz não apoiar nem Lula nem Alckmin
Autor: Silvia Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2006, Nacional, p. A8

O PMDB paulista não vai apoiar oficialmente nenhum candidato na disputa presidencial. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente da legenda em São Paulo e candidato ao governo do Estado, Orestes Quércia, em reunião da Executiva Estadual. "Não vamos apoiar nem um candidato nem outro. Vamos dar liberdade aos companheiros do PMDB para apoiarem quem eles quiserem", disse o ex-governador. Para ele, essa é a melhor forma de fortalecer sua candidatura em São Paulo.

A decisão foi consenso na reunião, apesar de algumas manifestações alertarem para uma tendência de apoio ao PT.

Terceiro colocado nas pesquisas, Quércia afirmou que não pretende dar espaço em seu palanque nem para o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Aqui em São Paulo não sobe nem um nem outro. Eles precisam é subir no palanque deles", ironizou o peemedebista.

Sem citar nomes, Quércia criticou lideranças do partido ao comentar o anúncio de apoio a Lula feito anteontem por diretórios do PMDB. "A nossa posição é antiga no sentido de que tem de ouvir as bases do partido para tomar uma postura dessa. Mas muitas vezes as lideranças não falam com as bases." Disse também que ficou "péssimo" para a legenda aceitar a oferta do Planalto de cargos nos Correios, onde a corrupção desencadeou a maior crise do governo. "Simbolicamente foi péssimo. Não aceitaria nunca."

Quércia disse que foi chamado para engrossar o coro de apoio à reeleição de Lula, mas recusou o convite. "Pediram para enviar um representante, mas não mandei", disse Quércia, que cumpriu agenda de campanha ontem em Itaquaquecetuba, Grande São Paulo.

RACHA

Um dia após o anúncio de apoio a Lula por diretórios do PMDB, o presidente nacional da legenda, Michel Temer, disse ontem que está do lado de Alckmin. Segundo Temer, o acordo foi feito sábado passado com o tucano. O peemedebista afirmou ser impraticável a unificação do partido em torno de uma candidatura agora. Isso é assunto para 2007, segundo ele, quando o partido deverá decidir se apoiará ou fará oposição ao governo.