Título: Ministro quer mais exportações para a China
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2006, Economia & Negócios, p. B8

O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ivan Ramalho, rebateu críticas de empresários e disse que cabe à indústria mudar a relação comercial entre Brasil e China. Os produtos brasileiros respondem por apenas 1% de tudo o que a China importa. As vendas brasileiras para o país somam US$ 6,8 bilhões, enquanto o total gasto pelos chineses com importações é de US$ 660 bilhões. "Devemos elevar as exportações brasileiras", disse Ramalho, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ele avaliou que há espaço para o País ampliar as exportações.

Segundo o representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Domingos Mosca, enquanto a China inunda o mercado interno brasileiro com manufaturados, nossa exportação continua concentrada em minérios e soja. Além de criticar o baixo nível de transparência do mercado chinês e o elevado grau de interferência do governo na economia, ele reclamou do fluxo de comércio desequilibrado. Na troca entre os dois países, a China leva vantagem e tem superávit de US$ 4 bilhões.

Para representantes da indústria, a competição é "especial". "A China paga salários baixos, impõe jornadas de 12 a 14 horas e não tem previdência social universal. Não queremos concorrer assim. Seria um retrocesso", disse Mosca.