Título: Bolsa, dólar, risco e juro. Tudo sobe
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha, Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/06/2006, Economia & Negócios, p. B2

Incertezas sobre o cenário da economia americana mais uma vez desorientaram os investidores locais

Em mais um dia volátil, os mercados locais reagiram assimetricamente ao cenário externo. O Ibovespa subiu 0,51%, mas o dólar também se valorizou, enquanto os juros futuros projetaram alta. O risco país subiu 3,38%, para 275 pontos, e o A-Bond perdeu 0,15%, vendido com ágio de 5,45%.

O número de empregos criados nos Estados Unidos em maio (75 mil) ficou abaixo da expectativa e confundiu os analistas - alguns entenderam que a economia americana está menos aquecida do que parece, o que evitaria nova elevação do juro básico, mas para outros, as grandes empresas abertas dos EUA poderão, com isso, ter maus resultados. Em Wall Street, a reação foi parecida. O S&P 500 fechou em alta de 0,19%, mas o Dow Jones recuou 0,11% e a Nasdaq caiu só 0,02%.

Na Bolsa paulista, o movimento financeiro ficou em R$ 2,593 bilhões. A alta do petróleo futuro impulsionou as ações da Petrobrás, as mais negociadas e as de maior peso no Ibovespa. As maiores altas foram de Contax PN (10,67%), TIM Par PN (8,59%) e TIM Par ON (8,52%). As maiores quedas foram de Eletropaulo PN (2,82%), Perdigão ON (2,47%) e Comgás PNA (2,40%).

O dólar reforçou a alta à tarde, expressando a cautela dos investidores com o salto das taxas de risco de países emergentes e do Brasil. O comercial subiu 1,42%, para R$ 2,284, na roda da BM&F, e 1,07%, para R$ 2,277, no balcão, enquanto o paralelo recuou 0,13%, para R$ 2,39. A impressão é que a volatilidade continuará pelo menos até a próxima reunião do Federal Reserve.

A alta do dólar à tarde fez os exportadores reaparecerem, mas a oferta foi insuficiente para tirar a pressão sobre a moeda americana.

No mercado futuro, com exceção da queda projetada pelo contrato de setembro de 2006, os cinco demais vencimentos negociados indicaram alta.