Título: PC do B e PL são cotados para chapa de Mercadante
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/2006, Nacional, p. A8

Em compasso de espera por conta das negociações em torno da coligação pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT mantém em aberto a vaga de vice na chapa do senador Aloizio Mercadante para o governo de São Paulo. É certo, porém, que não será outro petista. Hoje, pelo menos três nomes estão na disputa: a ex-secretária municipal de Esportes Nádia Campeão, o ex-prefeito de São Bernardo e ex-petista Gilson Menezes, ambos do PC do B, e o vereador Aurélio Miguel (PL).

O vice dos sonhos dos petistas seria um peemedebista, mas Mercadante admitiu ao Estado no fim de semana que esta é uma hipótese improvável. A direção do partido vai tentar novo encontro com o ex-governador Orestes Quércia, presidente do PMDB em São Paulo, antes da convenção do partido, marcada para sábado.

Os petistas estão cientes da ofensiva do PSDB sobre o PMDB, mas apostam que as divergências históricas do ex-governador com os tucanos vão impedir uma aliança em torno da candidatura do ex-prefeito José Serra. Ao PT interessa, no mínimo, a candidatura própria de Quércia ao governo, o que aumenta as chances de um segundo turno em São Paulo.

Além do PC do B e do PL, Mercadante tenta atrair para a coligação o PSB da ex-prefeita Luiza Erundina, mas o acordo depende da aliança nacional. A exemplo da negociação federal, pode caber à legenda a indicação do vice em São Paulo.

Os socialistas querem lançar candidato próprio em São Paulo: Sérgio Sérvolo, ex-chefe de gabinete do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A convenção estadual do partido está marcada para o dia 30, limite do prazo legal.

TESOUREIRO O PT realizou anteontem a primeira reunião oficial da coordenação de campanha de Mercadante e prepara a separação entre as finanças do partido e as da campanha. O modelo, defendido pelo presidente Lula depois da crise do mensalão, ainda está em estudo. Por enquanto, o tesoureiro ainda é Antônio dos Santos, secretário de Finanças da legenda.

As funções de coordenação foram divididas entre as várias correntes do partido, com cuidado especial aos aliados da ex-prefeita Marta Suplicy. Há três semanas, a equipe do pré-candidato convocou uma reunião com prefeitos, vereadores e deputados para discutir a campanha e deixou de fora correligionários de Marta.

O episódio causou mal-estar e provocou a divulgação de uma nota de repúdio do secretário-geral do PT paulista, João Antônio. Ele acabou nomeado secretário-executivo da campanha estadual, cargo inédito na estrutura eleitoral petista.