Título: PF indicia mais 73 do MLST por depredação da Câmara
Autor: Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/2006, Nacional, p. A9

A Polícia Federal (PF) indiciou ontem mais 73 militantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) pela invasão e depredação de instalações da Câmara dos Deputados no dia 6 de junho.

Eles se juntarão aos 42 líderes da invasão que já estão presos, entre os quais o dirigente do grupo, Bruno Maranhão. Os 115 manifestantes participaram de uma reunião na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) em Brasília, na véspera da invasão à Câmara, ocasião em que deliberaram sobre o quebra-quebra e discutiram os detalhes da operação.

A fita com a filmagem da reunião está em poder da Polícia Federal para ser periciada pelo Instituto de Criminalística. Entre os 73 novos indiciados está um casal - Joaquim Ribeiro e Gladys Rossi - que não participou da depredação, mas realizou todo o planejamento, inclusive efetuando a reserva do auditório da Câmara em nome da Contag e convocando 96 militantes dos sem-terra para a reunião do dia 5, em que foi decidida a invasão.

Todos os 115 indiciados irão responder pelos crimes de lesões corporais contra 38 feridos durante o quebra-quebra, dois deles em estado grave e ainda afastados do trabalho; dano qualificado contra o patrimônio público e privado; formação de quadrilha; e destruição de bem tombado pelo patrimônio público.

A PF nega que tenha havido violação de direitos humanos ou abusos contra os militantes presos. A polícia encaminha hoje relatório à Justiça pedindo a transformação da prisão temporária de 42 manifestantes em prisão preventiva, para que continuem detidos até o final da instrução criminal.

Se a Justiça não atender ao pedido, os 42 militantes serão libertados nos próximos três dias, porque vencerá o período de prisão temporária.